Robô Da Vinci
Como funciona o robô Da Vinci?
A tecnologia robótica aplicada na realização de cirurgias vem sendo desenvolvida desde a década de 80, no entanto, apenas em março de 2001 o robô Da Vinci obteve a liberação para realização de cirurgias em humanos. Hoje existem mais de 1.840 sistemas em operação no mundo, realizando diversos tipos de procedimentos cirúrgicos. No Rio de Janeiro, contamos com 5 sistemas em atividade, sendo 2 no sistema público de saúde.
Único sistema habilitado para este tipo de atividade, o robô Da Vinci se encontra na sua quarta geração, e recebe esse nome em homenagem a Leonardo da Vinci, médico e cientista que idealizou o primeiro robô. O equipamento é composto por 3 elementos básicos: o console, o sistema de visão e o patient-side cart. O console é o local de onde o cirurgião controla os instrumentos, funcionando como um tipo de joystick. O sistema de visão consiste de uma torre onde ficam localizados os equipamentos para a produção de imagem 3D, além de insufladores e dissectores. Por último, o patient-side cart é o robô propriamente dito, onde localizam-se os braços e instrumentos que estarão em contato com o paciente e realizam a cirurgia.
O patient-side cart possui 4 bracos robóticos, sendo um para a câmera e 3 para a utilização de instrumentos cirúrgicos. A câmera robótica, diferente da laparoscópica convencional, é dotada de duas ópticas que permitem a transmissão da imagem em 3 dimensões para o console. Esta característica permite a visualização exata das estruturas anatômicas, melhorando a qualidade de dissecção de estruturas delicadas e de suturas mais desafiadoras.
Após a anestesia o patient-side cart é acoplado ao paciente, e os instrumentos são introduzidos através de portais robóticos. Estes portais são projetados para exercer o menos pressão sobre os tecidos abdominais, reduzindo a dor no pós-operatorio. Os instrumentos robóticos, são dotados do chamado endowrist, que proporciona a movimentação dos instrumentos de maneira semelhante a mão humana. Além disso existe um filtro para tremores o que aumenta a precisão do cirurgião.
Papel do médico cirurgião no procedimento
Ao contrário do que se possa imaginar, os robôs não executam as cirurgias de forma autônoma ou controlados apenas por computador, sendo necessário um cirurgião para comandar o equipamento. Para estar apto a realização dos procedimentos pelo sistema robótico da Vinci é necessário treinamento específico para utilizar o sistema, que é obtido junto a empresa fabricante, a Intuitive Surgical. Além disso existe ainda a necessidade de treinamento nos procedimentos específicos, o que pode ser realizado em fellowships ou programas de treinamento específicos oferecidos em hospitais credenciados.
Além do cirurgião principal no console, existe ainda a necessidade de um cirurgião auxiliar que permanece ao lado do paciente e por isso é denominado bed-side assistant . Cabe ao auxiliar utilizar instrumentos laparoscópicos para ajudar o cirurgião principal, e manejar os instrumentos robóticos trocando-os e introduzindo clips e suturas para manipulação robótica durante a cirurgia.
Os demais profissionais da equipe, incluindo anestesistas, enfermeiras de sala e instrumentadores, também desempenham papel fundamental nos procedimentos e devem ter treinamento específico com o instrumental robótico.
Quais são as vantagens da cirurgia robótica?
Hoje sabemos que a cirurgia robótica esta associada a vantagens importantes nos indicadores peri-operatórios. Traduzindo para linguagem leiga, isso significa que os procedimentos realizados por intermédio do robô estão associados com menor tempo de internação, menos dor no pós-operatório, menor sangramento e, por conseguinte, menor taxa de transfusão sanguínea, quando comparados a cirurgia aberta. Além disso podemos inserir o ganho cosmético da cirurgia sem incisões tradicionais, e a redução de complicações relacionadas as mesmas, no contexto da realização de cirurgia minimamente invasiva.
Quando avaliamos a comparação com a laparoscopia pura, que consiste da utilização de instrumentos longos e rígidos através de portais laparoscópicos, observamos um ganho de qualidade na cirurgia. E notório que procedimentos mais complexos onde se faz necessário sutura de estruturas delicadas, ou de dissecção de estruturas nervosas, como é o caso da prostatectomia radical, se beneficiam das melhorias robóticas.
Outras vantagens indiretas para o paciente, estão relacionadas a treinamento através de simulação. Hoje já podemos treinar suturas e movimentação de instrumentos através de simuladores em 3D, e no futuro existe a perspectiva de realização de simulação para planejamento das cirurgias especificas para cada paciente, utilizando planejamento através de exames de imagem.
Quais as desvantagens do robô Da Vinci?
A principal desvantagem da cirurgia robótica nos dias de hoje é o custo ainda elevado dos procedimentos. Nesse contexto espera-se que a incorporação cada vez maior da tecnologia em nosso país, diminua os valores relacionados à compra do robô Da Vinci, permitindo a um maior número de hospitais oferecer a técnica.
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