Utilização de robôs em cirurgia: novas perspectivas
Cada vez que uma tecnologia é incorporada, o desenvolvimento de aplicações futuras é imprevisível. Um exemplo disso são os smartphones, que hoje carregam câmeras portáteis e uma quantidade incalculável de funções derivadas de seus mais diversos aplicativos. A utilização de robôs em cirurgia segue a mesma trajetória de servir de plataforma para inovação, mesmo que fora das funções inicialmente idealizadas na formulação do projeto.
Desenvolvido para realização cirúrgicas à distância, a plataforma robótica foi migrando para a incorporação de qualidade de movimento e visualização, transformando a realidade da cirurgia minimamente invasiva (realizada por portais). Atualmente, um dos campos mais promissores na aplicação dos robôs cirurgiões está associado à simulação de cirurgia e treinamento de cirurgiões.
Como o treinamento cirúrgico é realizado hoje?
Durante o último século ocorreu grande avanço na utilização de técnicas invasivas para tratamento de doenças. Nesse período o treinamento cirúrgico permaneceu o mesmo, quase artesanal, onde o cirurgião realiza sua formação teórica, treina suas habilidades básicas em modelos inanimados e prossegue com a realização supervisionada de procedimentos em programas de treinamento prático. Esse salto para a realização de cirurgias, mesmo que supervisionadas, agrega risco imensurável ao paciente. Imaginemos que um piloto de aeronaves termine seu curso teórico e parta para realização de voos comerciais, ainda que supervisionados, em seguida. É dessa forma que cirurgiões são treinados na atualidade, sem qualquer obrigação de tempo em simuladores.
Nesse momento da formação de novos cirurgiões que a tecnologia robótica tem contribuído de forma inovadora, permitindo a realização de treinamento através de simulação. Com a plataforma robótica de cirurgias, a utilização de tecnologia 3 D permite que sejam desenvolvidos softwares capazes de simular diversas situações que o cirurgião em treinamento encontra durante o procedimento cirúrgicos, tais como controle de sangramento, suturas complexas e dissecção delicadas. Hoje a utilização de robôs em cirurgia, como o sistema da Vinci, já apresenta simulador que auxilia neste tipo de treinamento. Além disso simuladores específicos também estão disponíveis no mercado, e a maioria dos programas de treinamento já exigem que determinado tempo seja despendido no simulador antes de se avançar para o treinamento prático.
Quais são as perspectivas futuras em relação à simulação?
Um outro aspecto interessante da tecnologia de simulação está na interface com exames de imagem. Já existem grupos buscando criar modelos de simulação específicos para cada paciente baseados em exames de imagem, como tomografias e ressonâncias pré-operatórias. Dessa forma será possível realizar o procedimento anteriormente com riqueza de detalhes de maneira a melhorar os resultados. Será como um treino de reconhecimento em uma corrida de formula 1, hoje nós cirurgiões iniciamos a corrida sem conhecer exatamente cada curva do circuito.
Referências: www.intuitivesurgical.com
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