Você sabe o que é a prostatectomia radical?
Prostatectomia radical é o nome que se dá à cirurgia de retirada da próstata, vesículas seminais e tecidos adjacentes. A cirurgia é indicada como um dos tratamentos nos casos de câncer da próstata localizado. Nesta situação a intervenção tem finalidade curativa.
Durante o século passado muitos cirurgiões tentaram desenvolver técnicas para a retirada da próstata. No entanto os procedimentos não obtiveram aceitação ampla devido a altas taxas de complicações e sangramento intenso.
O procedimento cirúrgico convencional, como é realizado hoje, foi desenvolvido na década de 80 por Dr. Patrick Walsh. Este brilhante cirurgião estudo de maneira minuciosa a anatomia da pelve masculina. Neste estudo, Walsh e colaboradores identificaram as estruturas vasculares e nervosas que possibilitaram o desenvolvimento da cirurgia de retirada da próstata de maneira segura.
A prostatectomia radical é o tratamento mais eficiente contra o câncer de próstata?
Com o desenvolvimento do rastreamento usando psa e toque retal passamos a diagnosticar os tumores prostáticos em fase localizada. Isso significa dizer que os tumores não apresentam evidência de implantação fora da glândula. É por esse motivo que a retirada da glândula nesse momento oferece a melhor chance de cura.
Quando comparado com a radioterapia, temos que a prostatectomia permite uma melhor monitorização de recorrência e a possibilidade de tratamentos curativos adicionais. Adicionalmente, estudos comparativos, ainda que com baixo grau de evidência, demonstram melhores resultados para a cirurgia, especialmente em pacientes jovens e com risco cirúrgico adequado.
Outros tipos de tratamento vêm sendo desenvolvidos recentemente. Já em utilização ferramentas que destroem o tecido prostático através de ultrassom ou congelamento já são utilizadas em casos específicos. Estes tipos de tratamento se mostram efetivos em cenários onde o risco cirúrgico ou risco de complicações com a cirurgia são elevados.
Embora a quimioterapia e a terapia hormonal sejam indicadas no tratamento da doença, a erradicação total das células malignas não é possível, mesmo que o tumor se encontre restrito ao interior da glândula.
O que esperar da prostatectomia radical?
Cerca de cerca de 70% de pacientes submetidos a cirurgia totalmente curados e não necessitarão de tratamentos adicionais. A prostatectomia radical diminui significativamente a progressão local e a metástase.
Aqueles pacientes que vivenciarem a reincidência do tumor após a prostatectomia ainda possuem uma chance de cura. A associação de radioterapia nestes casos ainda oferece alternativa curativa. Cirurgias de resgate em casos específicos de recorrências localizadas também podem ser realizadas.
Com relação aos efeitos colaterais, novas técnicas têm reduzido drasticamente a morbidade relacionada a cirurgia.
Incontinência Urinária
este que é a sequela mais temida do tratamento já havia experimentado reduções significativas com a técnicas de Walsh, hoje caracteriza-se por evento raro. A introdução da tecnologia robótica e as melhorias de sutura intracorpórea levaram a aceleração na recuperação da continência urinária bem como redução de taxas de estreitamento uretral.
Recuperação pós-operatória
Aqui incluimos critérios como dor, sangramento, estética de incisões, aparecimento de hérnias e convalescência de maneira geral. Novas técnicas tanto anestésicas como cirúrgicas contribuíram muito para a melhoria destes indicadores. Hoje, um paciente submetido a prostatectomia robótica tem alta do hospital em 1 a 2 dia e retira da sonda uretra em 7 dias.
Potência sexual
Com a descrição dos nervos peri-prostáticos, foi desenvolvida a técnica de preservação nervosa. Ao contrário do que muitos pensam esta técnica pode ser aplicada em qualquer das modalidades: aberta, laparoscópica e robótica. Ocorre que na técnica robótica, atingimos maior índice de reprodutibilidade, ou seja conseguimos realizar a preservação em um número muito maior de pacientes. Com isso cerca de 60/70% dos pacientes tem sua capacidade sexual preservada.
Tipos de prostatectomia radical
O cirurgião urologista, em conjunto com o próprio paciente, é quem decide o tipo de prostatectomia radical que realizará em seu paciente. Para chegar a essa decisão, ele avalia as condições físicas e emocionais dos pacientes.
A prostatectomia radical pode ser realizada das seguintes maneiras:
Prostatectomia Radical Aberta
Perineal
Exige bastante destreza do cirurgião urologista. Embora apresente sangramento menor, esse tipo de procedimento que pode causar lesões retais e uma possível incontinência fecal. Além disso não permite a ressecção de gânglios linfáticos e preservação nervosa adequadas. Foi a primeira forma de retirada da próstata e hoje tem aplicação limitada.
Retropúbica
Esse tipo de procedimento é um dos mais utilizados pelos urologistas devido a maior familiaridade com a técnica. O método é realizado através de incisão abdominal e está associado a ótimos resultados na cura do câncer. A diferença para técnicas endoscópicos está no tamanho da incisão (corte) e visualização, especialmente na reconstrução. É importante entender que após a retirada da próstata é necessário suturar novamente a bexiga na uretra, o que desafiador na técnica aberta.
Prostatectomia Radical Laparoscópica
Laparoscópica Convencional
São realizados vários pequenos cortes por onde serão inseridos um instrumentos longos e câmera para a visualização. Os benefícios das prostatectomia radical laparoscópica são menos dor e menor sangramento, redução do tempo de internação e da recuperação pós-operatória.
Laparoscopia Robô Assistida
Esse tipo de procedimento utiliza uma interface robótica, controlada por uma mesa de operações em que o cirurgião opera os equipamentos para realizar a cirurgia. Entre os benefícios da prática estão o fato de ser um procedimento menos invasivo, de maior facilidade para que o cirurgião desempenhe seu trabalho. Isso se reverte em maior eficiência na preservação de nervos responsáveis pela potência sexual.
Mesmo quando os resultados da cirurgia superam as expectativas do cirurgião, o acompanhamento do estado geral de saúde do paciente deverá ser feito com bastante rigor. O objetivo é tratar possíveis complicações pós-cirúrgicas e investigar possibilidades de reincidências.
Qualquer dúvida sobre a prostatectomia radical e sobre cirurgia robótica, deixe seu comentário ou entre em contato!