Biópsia de próstata: saiba tudo sobre o assunto!
Antes de falarmos sobre biopsia de prostata é importante entender o que é a glândulo prostática.
A próstata é uma glândula exócrina cuja função é facilitar a fecundação. A natureza do líquido é alcalina, proporcionando uma neutralização da acidez do trato vaginal. Além disso, as substâncias presentes nesse fluido deixam o sêmen menos espesso, fator essencial para que os gametas se movimentem adequadamente até as trompas.
Ela está localizada à frente do reto e na base da bexiga, órgão responsável pelo acúmulo de urina. A uretra, estrutura que conduzirá a urina para o meio externo, sai da bexiga e passa através da próstata.
Com o passar do tempo, a próstata começa a crescer e pode provocar sintomas urinários. Esse processo fisiológico é chamado de hiperplasia benigna prostática e não está relacionado ao aparecimento de câncer de próstata. No entanto, como esse tipo de tumor é o segundo mais comum entre os homens, é preciso investigar quando alterações urinárias aparecem.
Nesse caso, pode ser necessário realizar alguns exames, como a biópsia de próstata. Leia no post o que é esse procedimento, quando ele é indicado e quais são as complicações que podem ocorrer ao realizá-lo.
Entenda o que é a biopsia de prostata
Como o câncer de próstata é o 2º tumor maligno que mais leva homens ao óbito no Brasil é preciso realizar exames de rastreamento para diagnosticá-lo precocemente. Eles são recomendados a partir dos 50 anos ou acima dos 45 anos com algum fator de risco, como história familiar.
Comumente, o rastreamento é feito por meio do toque retal no consultório do urologista e exames laboratoriais. Alterações na região e níveis aumentados de PSA, antígeno específico da próstata presente no sangue, levantam a suspeita de neoplasia.
Além disso, atualmente novos exames têm sido empregados no rastreamento, como o 4K, a ressonância magnética e o PHI. Eles são importantes porque o PSA pode subir mesmo em casos benignos, o que não o torna confiável isoladamente para diagnosticar um tumor maligno.
Como o procedimento é feito
A biopsia de prostata é um exame indicado quando a suspeita de câncer for constatada pelos exames de rastreamento. Essa medida é importante pois é a única forma de diagnosticar o tumor na próstata e, assim, tratá-lo precocemente.
O procedimento consiste em retirar fragmentos para análise da próstata por um patologista. Para isso, é introduzido um ultrassom transretal no canal anal do paciente, o que proporciona a visualização da glândula e a introdução de uma agulha — pode ser realizado ou não sob sedação. Quando o paciente é sedado recomenda-se que ela se submeta a um período de jejum.
Biopsia de prostata por fusão de imagem
Há cerca de 5 anos não era possível definir o local exato do tumor, o que tornava a chance de diagnóstico menor e obrigava o médico a colher várias amostras em toda a próstata. Afinal, um câncer existente pode não ser detectado se o material colhido só tem células normais.
Atualmente, a ressonância magnética identifica o local mais provável da lesão. Desta maneira é possível retirar fragmentos diretamente da área suspeita, aumentando as chances de diagnóstico. Essa técnica inovadora consiste na sobreposição das imagens obtidas na ressonância às transmitidas pelo ultrassom que retira as amostras em tempo real.
Dessa forma o diagnóstico é mais preciso e, ainda, diminui-se o número de procedimentos necessários para chegar até ele. Esse exame é chamado de biópsia prostática por fusão de imagens e é o mais moderno e recomendado para confirmar uma suspeita de neoplasia na próstata.
Análise da biópsia
Após a retirada dos fragmentos a amostra é analisada em laboratório por um especialista. As células mais diferenciadas, ou seja, que tem funções específicas do órgão tem menor chance de serem malignos. No entanto, as menos diferenciadas podem indicar um tumor mais perigoso, visto que seu comportamento é agressivo.
Outra forma de analisar a biópsia é classificando as amostras conforme o parâmetro de Gleason. Células bem diferenciadas e próximas das normais recebem o grau 1, enquanto as mais indiferenciadas recebem o grau 5. O primeiro e o segundo grau mais frequente são somados, o que resulta na pontuação de Gleason.
Pacientes que possuem PSA menor que 10, exames sem evidências de nodulações, nota de Gleason menor que 6 e um máximo de 3 amostras acometidas por tumor com volume de células neoplásicas menor que 50% são candidatos para a vigilância ativa. Nesse processo, acompanha-se o tumor para verificar a evolução, não sendo necessário retirá-lo cirurgicamente em um primeiro momento.
Descubra quando a biopsia de prostata é indicada
A biopsia de prostata é indicada para homens com suspeita de neoplasia nos testes de rastreamento. O primeiro caso é toque retal suspeito, com presença de massas endurecidas na região da uretra prostática e PSA elevado. No segundo caso, é feita uma ressonância para identificar áreas suspeitas de neoplasia, onde poderão ser colhidos fragmentos para a biópsia.
Se esses locais não forem identificados no exame de imagem, mas o PSA se mantiver elevado ou em ascensão é indicado realizar a biópsia de forma aleatória . Normalmente, o valor de PSA que levanta preocupações é acima de 3 a 4.
Existem outros fatores que serão levados em consideração pelo médico como a idade, presença de sangramentos e a história familiar positiva para câncer de próstata. Cada caso é único e, assim, deve ser avaliado de modo personalizado.
É por esse motivo que escolher um médico urologista de confiança é importante. Esse profissional deve ser apto para analisar corretamente o exame de ressonância e saber lidar com os resultados de outras análises para indicar a biópsia, se necessário e no momento correto.
Conheça as complicações que podem ocorrer na biopsia de prostata
O principal risco é a infecção da próstata, chamado de prostatite. Isso acontece porque o procedimento é realizado via transretal possibilitando que bactérias da região anal atinjam a glândula. Para prevenir esse problema é recomendado ao paciente faça uso de antibióticos profiláticos.
Além disso, pode ocorrer sangramento na urina ou no sêmen. Antigamente acreditava-se que por ser realizada pelo canal do reto a biópsia poderia disseminar o câncer para a região. No entanto, essa possibilidade é desprezível e os benefícios superam em muito os riscos.
Lembre-se que não fumar, ter uma alimentação balanceada, realizar atividades físicas e consultar um médico urologista é essencial para a prevenção do câncer de próstata. Os exames de rastreamento são importantes por que o câncer prostático só apresenta sintomas quando está bem desenvolvido.
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