Sim, o procedimento vasectomia é reversível.
Vasectomia é o nome dado ao procedimento médico realizado no homem para evitar filhos.
O procedimento consiste de interrupção dos ductos deferentes. Estes ductos são pequenos tubos responsáveis por levar os espermatozoides dos testículos, onde são produzidos, até a uretra, onde serão liberados durante o ato sexual. Espermatozoides são as células que carreiam o material genético para a fertilização do óvulo na mulher. Portanto, apesar da maior parte do líquido expelido na ejaculação se manter após a vasectomia, a ausência dos Espermatozoides impede a fertilidade.
Existem varias formas de se realizar a vasectomia. A forma mais utilizada é através de pequenos cortes na bolsa escrotal onde os ductos podem ser facilmente palpados e isolados. Isso pode ser feito com anestesia local e sem a necessidade de internação hospitalar.
Regulação da vasectomia
Apesar de ser um procedimento simples a vasectomia produz consequências importantes na vida do homem. É por isso que existe uma forte regulação governamental para assegurar que todo homem a optar por este método tenha sido devidamente esclarecido de suas consequências.
A vasectomia é reversível, mas como veremos adiante, o sucesso do procedimento de reversão não é garantido.
A lei 9.263/96 regulamenta a realização de procedimentos voltados para controle de natalidade. Apenas homens com mais de 2 filhos vivos ou maiores de 25 anos podem ser submetidos a vasectomia. Há ainda exigência de que o desejo de realizar o procedimento proceda o mesmo por 60 dias e que o paciente seja aconselhado sobre opções contraceptivas.
Como é feita a vasectomia?
A vasectomia convencional pode ser realizada em consultórios, clínicas ou hospitais. Apesar de ser possível utilizar apenas anestésico local, que deixa a região dos cortes “dormente”, é mais confortável para os pacientes que seja realizada sedação. A tração realizada nos ductos deferentes pode causar desconforto, portanto o ideal é que o paciente esteja “dormindo”.
Após a anestesia a limpeza da bolsa escrotal usando substâncias como clorexidina ou polvidine é realizada. Isso é feito para reduzir o risco de infecções locais.
Em seguida é realizado pequeno corte de cerca de 5 mm no escroto e o ducto deferente é identificado. Existem diversas formas de se interromper a passagem de espermatozoides, sendo as mais comuns: corte, corte com retirada de segmento do ducto, cauterização das pontas do ducto, sutura dos ductos e inversão das pontas para que não recanalizem.
Realizada interrupção do ducto, é hora de checar se existe algum sangramento e fechar a pele. Isso é feito com fios absorvíveis que caem em 1 a 2 semanas.
Como se cuidar no pós-operatório de vasectomia?
Na grande maioria dos casos o pós-operatório de vasectomia é bem tolerado. Analgésico fracos e repouso relativo são suficientes para controlar a dor.
Cuidados:
- Usar cueca ou sunga compressiva
- Gelo local
- Limpar as feridas cirúrgicas
- Evitar exercícios físicos intensos
Consultas médicas devem ser realizadas semanalmente ou quinzenalmente para assegurar que processo de cicatrização está ocorrendo de forma adequada.
Como saber se a vasectomia foi efetiva?
É importante ressaltar que o objetivo de tornar o paciente infértil do procedimento não ocorre imediatamente após o procedimento. Isso se deve ao fato que espermatozóides residuais permanecerem no ducto deferente. Desta maneira o líquido eliminado na ejaculação pode ainda conter célula capazes de fecundar o óvulo e levar a gravidez
Para evitar este problema recomendamos que o paciente mantenha o metodo contraceptivo. Após cerca de 2/3 meses ou 20 ejaculações um espermograma deve ser realizado para confirmar a ausência de espermatozóides viáveis no ejaculado. Somente após este procedimento o paciente pode ser liberado do método contraceptivo inicial.
Casos existam espermatozóides no ejaculado após 6 meses do procedimento o mesmo deve ser repetido.
Complicações do procedimento
Taxa de 1 a 2 % de complicações cirúrgicas são esperadas no pós-operatório de vasectomia. No entanto, a vasta maioria das complicações são complicações leves, com poucos casos necessitando re-intervenção ou internação hospitalar.
Complicações mais comuns são:
- hematoma
- infecção de ferida
- dor local
- formação de granuloma espermático
Vasectomia é reversível?
Sim. Existem formas de se restaurar a continuidade do canal que leva os espermatozóides para a uretra, portanto a vasectomia é reversível.
A vaso-vasostomia ou vaso-epididmiostomia são procedimentos nos quais se reconstrói o ducto deferente de modo a restaurar a fertilidade. Diferente da vasectomia, estes procedimentos são altamente complexos. Apenas equipes treinadas em microcirurgia estão capacitadas para realização-los.
O resultados são muito variáveis entre diferentes grupos. Estudo recente de centros especializados mostrou que cerca de 86% dos pacientes voltam a apresentar espermatozoides no líquido ejaculado. No entanto, apenas 56% atingem o objetivo de engravidar a parceira.
Os resultados dependem ainda do intervalo entre a vasectomia e a reversão. Neste estudo, apenas 30% dos pacientes onde a reversão foi realizada após 15 anos da vasectomia conseguiu engravidar a parceira.
Conclusão
Vasectomia é reversível, no entanto as dificuldades técnicas impostas pelo procedimento de reversão bem como resultados variáveis impõem que método seja visto como definitivo, inclusive com pela lei do nosso país.
Agende sua consulta, para saber mais sobre vasectomia e reversão!