Conheça os novos testes para rastreamento do câncer de próstata
As recomendações para exame de próstata tem mudado bastante recentemente. Um dos aspectos mais importantes estão relacionados ao desenvolvimento de novos testes para diagnóstico do câncer de próstata.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o tumor maligno mais comum no Brasil, excluindo-se apenas o câncer não melanoma de pele. Em relação à mortalidade, é o segundo câncer que mais leva homens ao óbito no país.
A melhor forma de garantir uma boa chance de cura é realizando o diagnóstico precoce. Para isso, é necessário que os indivíduos do sexo masculino façam exames de rotina que cubram o rastreamento do câncer de próstata.
Na leitura deste post, você entenderá qual é a importância dos novos testes para rastreamento do câncer de próstata e quais são eles. Confira!
Exame de próstata – Entenda a importância dos novos testes para rastreamento do câncer de próstata
O câncer de próstata não provoca nenhum sintoma em suas fases iniciais. Apesar de ser responsável por mortalidade elevada entre os homens, o seu crescimento é lento, podendo levar anos para causar algum problema.
É por esse motivo que realizar testes para rastreamento do câncer de próstata é tão importante. O tumor pode estar presente sem apresentar sinais para o organismo.
Recomendações para exame de próstata
- Homens acima de 45 anos que têm histórico familiar positivo para câncer de próstata ou são afrodescendentes
- Homens acima dos 50 anos.
O rastreamento hoje em dia consiste no PSA com toque retal, sendo que a frequência varia de acordo com cada sociedade médica, podendo ser feita anualmente ou a cada dois ou três anos.
Existem estudos que comprovam que o rastreio com PSA tem impacto na redução da mortalidade por câncer de próstata. Isso ocorre através da detecção dos estágios iniciais da doença. É o caso de um estudo europeu que conseguiu diminuir o risco de morte por câncer de próstata em 21% ao longo de 11 anos realizando o screening de indivíduos do sexo masculino.
Na realidade, a chave do rastreamento é saber como manejar os pacientes após o diagnóstico. Afinal, muitos homens com tumores de próstata não falecerão da doença. Hoje sabemos que este tumor apresenta desenvolvimento lento. Desse modo, o tratamento pode ser apenas acompanhá-lo, por meio da vigilância ativa, ou realizar medidas menos invasivas.
Exame de próstata – Saiba quais são os benefícios do diagnóstico precoce
O rastreamento permite que o tumor seja encontrado em suas fases iniciais. Isso possibilita melhores resultados com o tratamento. Quando aparecem sintomas a probabilidade do câncer estar disseminado é muito elevada. Neste cenário podem ser necessárias medidas mais radicais como a castração química do paciente.
Sem o testosterona, que é produzido nos testículos, o tumor tende estabilizar por algum tempo. No entanto, o homem fica mais propenso a desenvolver doenças cardiovasculares, osteoporose e dificuldades cognitivas.
Além da doença disseminada, podemos dizer que as cirurgias para retirada total da próstata em casos de doenças diagnosticadas tardiamente têm alta chance de causar impotência sexual e incontinência urinária. Nestes casos a preservação dos feixes nervosos fica impossibilitada pela presença de tumor fora da próstata.
Por fim, submeter-se aos testes de rastreamento é importante para evitar as metástases. A metástase óssea, por exemplo, provoca dores e aumenta o risco de fraturas. Prevenir a disseminação da doença é fundamental para melhorar a sobrevida do paciente. Este é o principal objetivo do rastreamento com psa.
Exame de próstata – Importância do PSA
A dosagem do psa é a principal medida para se avaliar o risco de câncer de próstata. Sabemos que esta molécula não é específica para câncer de próstata mas quando elevada sinaliza uma elevação no risco da doença.
Hoje temos que valores superiores a 3.0 ng/dL devem acender o alerta sobre a possibilidade de tumor. Outros dados como a densidade do psa e fração livre também pode influenciar na avaliação.
Nos casos de suspeita elevada deve ser realizada uma biópsia prostática. Ocorre que mesmo nos casos de psa elevado existe um risco considerável de biopsia negativa. Neste contexto novos testes foram desenvolvidos afim de melhorar a avaliação de risco e evitar biópsias desnecessárias.
Exame de próstata – Confira os novos testes para rastreamento do câncer de próstata
Ressonância magnética
A ressonância magnética multiparamétrica da próstata é um dos mais modernos exames de imagem. Ela permite que nódulos suspeitos na próstata sejam analisados, de modo que é possível diferenciar os nódulos de características benignas dos que têm possibilidade de tumores malignos.
Isso é extremamente benéfico para o paciente, já que a biópsia só será indicada se houver indícios de tumor maligno.
Outro potencia benefício está na possibilidade de biopsiar os nódulos suspeitos. Isso é feito através de técnicas de fusão de imagem com ultrassonografia. Antes as biópsias prostáticas eram aleatórias, coletando material sem ter idéia de onde o tumor estaria localizado.
Com a ressonância, é possível detectar tumores significativos em 25% a 30% a mais do que com as biópsias convencionais . Outro aspecto importante está em reduzir os casos de biópsia negativas.
4K score
O 4k score é um novo teste que possibilita diminuir o número de indicações de biópsia em 30% a 60%. Para isso, ele combina quatro exames que incluem o PSA total, PSA livre, calicreína humana e um algoritmo que relacionada a idade, toque retal e biópsia prostática anterior, se houver.
Com o resultado do teste, é possível obter uma estimativa de risco de tumores com Gleason 7.
Na classificação de um câncer, usa-se o parâmetro de Gleason. Nele, as células mais diferenciadas recebem o grau 1, e as mais indiferenciadas, o grau 5. O patologista analisa o material da biópsia e determina qual é o primeiro e o segundo grau histológico mais frequente. Para encontrar a pontuação de Gleason, somam-se as duas.
Para ser candidato à vigilância ativa o paciente não deve ter nenhum tumor de nota 7 na amostra da próstata. Desse modo, se o teste 4k indicar que o paciente tem grandes percentuais de receber nota maior ou igual a 7, recomenda-se a biópsia.
PHI (prostate health index)
Sabe-se que o PSA pode subir nos níveis sanguíneos por várias causas, inclusive benignas. Desse modo, apenas o seu índice não é confiável para diagnosticar um câncer de próstata.
Pensando nisso, criou-se o PHI (Prostate Health Index), que relaciona os níveis de PSA e PSA livre a uma terceira substância, o P2PSA, molécula que parece estar mais presente nos casos de tumores malignos.
Segundo um estudo chinês, aproximadamente 39% das biópsias realizadas em 1500 homens poderiam ter sido evitadas se o PHI tivesse sido usado. O exame também é útil para identificar os casos que necessitam de biópsia.
Há muita preocupação em pacientes com histórico de câncer na família. Além disso, há dúvidas sobre qual é a melhor forma de proceder ao rastreamento, afinal, cada profissional acredita em uma vertente.
É imprescindível a relação com o médico escolhido seja de confiança. Para tanto, é importante que ele informe ao paciente sobre todos os procedimentos e novos testes para rastreamento do câncer de próstata. Somente dessa forma o homem ficará tranquilo com a escolha do tratamento, seja ele somente acompanhar o tumor, seja realizar uma biópsia ou cirurgia.
Sendo assim, é preciso que o profissional escolhido seja capacitado, tenha conceitos modernos na Urologia e esteja atualizado na área. Se você ainda tem dúvidas sobre o assunto, não deixe de entrar em contato conosco!