Câncer de Bexiga – Imunoterapia é a Nova Fronteira
Após décadas sem descobertas significativas, o ano de 2016 foi notável para aqueles que se dedicam a pesquisa e tratamento do câncer de bexiga. Mais do que uma nova medicação, uma nova classe de medicamentos foi descoberta. O atezolizumab que atua sobre o sistema imunológico demonstrou ser efetiva em pacientes com câncer de bexiga disseminado. Esse fato inaugurou uma nova fronteira na pesquisa para a cura deste tipo de câncer.
Cerca de dois terços dos tumores de bexiga são de baixo grau, que dificilmente progridem para doença disseminada. Esse tipo de tumor pode ser manejados com a simples ressecção endoscópica.
Já os tumores de alto grau têm uma tendência à disseminação. Desta forma, devem ser tratados de forma mais agressiva, com instilações vesicais, quimioterapia, radioterapia e, por vezes, com a retirada da bexiga.
Tratamento para tumores localizados
Quando ainda localizados na bexiga ou em gânglios linfáticos o tratamento padrão constitui-se da quimioterapia associada a cirurgia. A chamada cistectomia radical consiste da retirada da bexiga com órgãos adjacentes.
Em casos onde a cirurgia está contra-indicada, a utilização de combinação de quimioterapia e radioterapia pode ser utilizada.
Quimioterapia e câncer de bexiga
Quando tumores atingem o estadio 4, significa que foram demonstradas metástases à distância. No caso dos tumores de bexiga, existe apenas um tipo de tratamento para estes tumores: a quimioterapia. Alguns esquemas foram descritos sendo o principal agente a cisplatina.
Ocorre que as respostas à quimioterapia no estádio 4 são na sua imensa maioria temporárias. A doença normalmente volta a progredir em alguns anos. Até hoje os regimes quimioterápicos de segunda linha têm falhado em prolongar a vida de pacientes que progridem neste cenário.
Atezolizumab no Câncer de Bexiga
Em estudo publicado no periódico Lancet, Rosenberg e colaboradores demostraram taxa de resposta que chegou de 15 a 27%. Dados de série histórica que mostravam taxas inferiores a 10% nestes pacientes, incapazes ou refratários a cisplatina. Traduzindo, entre 1 quarto e 1 terço dos tumores apresentaram redução no seu volume com a medicação.
Mais importante, 85% destes respondedores mantinham resposta com um seguimento de 11 meses, o que mostra a capacidade da droga em manter o controle da doença.
A imunoterapia caminha para ser um novo pilar no tratamento do câncer de bexiga e oferece uma esperança para milhares de pacientes que sofrem com essa doença.
Fonte e maiores informações: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)00561-4/fulltext