PSA aumentado
PSA corresponde a sigla inglesa para antígeno prostático específico. Esta substancia é produzida quase que exclusivamente por células prostaticas. Sua função é impedir a coagulação do sémen, permitindo o funcionamento adequado do aparelho reprodutor masculino.
Devido sua especificidade com a glândula prostática o psa demonstrou ser um bom marcador para o câncer de próstata. Sabemos que em situações ainda precoces o tumores elevam as dosagem de psa no sangue. Este é o fundamento para o rastreamento do câncer de próstata.
Apesar dessa associação com o câncer de próstata, o psa aumentado não ocorre exclusivamente nesta condição. Outras patologias como prostatites e hiperplasia prostática benigna podem elevar as dosagens de psa sem qualquer associação com câncer. Até mesmo algumas situações não patologicas, como atividade sexual recente, podem elevar as dosagens de psa.
PSA normal
Não existe psa normal, 
pois a ausência de associação deste marcador com patologia específica nos impede de rotular valores como normais ou anormais. Os parâmetros utilizados hoje levam em consideração idade, tamanho da próstata e distribuição dos valores na população.
Pontos de corte para suspeição de câncer variam bastante entre diferentes sistemas de saúde. No Brasil, utilizamos frequentemente o valor 4
ng/ml como divisor. Em outros valores entre 2,5 e 3 são utilizados.
PSA Aumentado
O psa é considerado elevado quando superior a 4 ng/ml no entanto esta medida não é estática. Existem situações onde um psa mais baixo pode ser considerado suspeito dependendo de outras variáveis como a densidade e a relação entre fração livre e o psa total.
Sabemos que glândulas muito grandes podem apresentar um psa total elevado apenas porque possuem um volume maior de tecido produtor de psa.
Nestes casos, no entanto, a densidade do psa costuma ser baixa. Este valor é calculado dividindo-se o valor do psa, em ng/ml, pelo volume prostático, em ml. O ponto de corte mais usado é de 0.15, com valores superiores a este indicando a necessidade de biópsia.
Outro parâmetro muito utilizado é a relação psa total e livre. Como a liberação tumoral de psa ocorre por destruição celular, uma parte do psa chega a corrente sanguínea ligado a proteínas produzidas nas células. Com isso o valor relativo do psa livre fica menor. Valores menores que 25% podem ser considerados suspeitos.
A dinâmica do psa é um aspecto importante do psa aumentado. Pacientes que sempre tiveram psa em dosagem elevadas porém com taxa de elevação baixa apresentam risco inferior. Já em pacientes onde a taxa de elevação excede 0.35 ng/ml por ano e psa baixo devemos considerar a possibilidade de biópsia.
Outras causas de psa elevado
- Aumento benigno da próstata
- Idade
- Infecção – prostatite e infecção urinária
- Andar de bicicleta
- Ejaculação
- Instrumentação urológica
- Colonoscopia
- Medicamentos – ligados a testosterona
O que fazer com PSA aumentado?
O psa elevado, excluindo-se as excessões acima, acarreta elevação no risco de câncer de próstata. Com isso devemos prosseguir a investigação visando excluir esta patologia.
O primeiro passo deve ser a realização de exame prostática através do toque retal. Informações importantes como tamanho e a presença de nódulos pode modificar a avaliação diagnóstica.
Hoje, a ressonância nuclear magnética multiparamétrica da próstata figura entre os principais exames para avaliação psa aumentado. Este exame é capaz de detectar e avaliar nódulos suspeitos. Além disso, é capaz de guiar biópsias.
O exame mais importante para se excluir o câncer de próstata é a biópsia prostática. A forma mais comum de realização da biópsia de próstata é utilizando-se a via transretal. O exame é feito sedação e com o auxílio de ultrassonografia transretal para guiar a retirada de material para estudo. Este material é então avaliado por patologista para determinar a presença ou ausência de câncer.
Atualmente técnicas de fusão de imagem permitem que o retirem fragmentos de áreas suspeitas localizadas na ressonância nuclear. Procede-se adaptação da imagem deste ultimo exame no aparelho de ultrassom o que permite atingir os nódulos na biópsia.
Mais informações no site da national comprehensive cancer network.
Saiba também sobre cirurgia robótica no tratamento do câncer de próstata.
José Alexandre Pedrosa
Urologista - Instituto Nacional de Câncer - Brasil Comitê de Cirurgia Robótica - Instituto Nacional de Câncer - Brasil Fellow em urologia oncológica - Indiana University Membro Sociedade Brasileira de Urologia