tratamento do cancer

Perguntas

O QUE É URO-ONCOLOGISTA?

Uro-oncologista é o urologista que se especializou no tratemento do câncer urológico. É o equivalente ao cirurgião oncológico para tumores que afetam o trato genito-urinário.

O QUE É PRECISO PARA SE TORNAR UM URO-ONCOLOGISTA?

Nos EUA a formação em Uro-oncologia é regulamentada pela Society of Urologic Oncology. Para ser considerado um Urologista oncológico é necessario treinamento adicional a residência com duracao mínima de 2 anos em um programa de fellowship reconhecido pela sociedade. No Brasil não existe regulamentação oficial da sub-especialidade e urologistas com maior experiência em tratamento de câncer ou que tem treinamento adicional são considerados Uro-oncologistas. Neste contexto é fundamental ao paciente indagar ao profissional médico sobre a experiência no tratamento de câncer.

POR QUE PROCURAR UM URO-ONCOLOGISTA?

É importante salientar que o urologista geral com formação reconhecida pela Sociedade Brasileira de Urologia está habilitado a tratar também de câncer. Nesse contexto o  uro-oncologista oferece refinamento tanto nas decisões médicas quanto na técnica cirúrgica, visando maximizar os índices de cura e preservando ao máximo a qualidade de vida. Técnicas de preservação da função sexual e continência, em cirurgias para câncer de próstata, bexiga e testículo são exemplos importantes de onde a especiaização faz a diferença. Outros cenários são dos de reconstruções complexas do trato urinário como neobexigas e ressecções oncológicas complexas com as de tumores avançados.

Tipos de Câncer

CÂNCER DE PRÓSTATA

É o câncer mais comum no homem, excluindo-se tumores de pele. Ocorre principalmente em homens acima de 50 anos, apesar de poder ocorrer em jovens principalmente em casos hereditários. Embora seja a segunda maior causa de morte entre os tipos de câncer no sexo masculino, a maioria dos tumores tem caráter indolente com crescimento lento e baixo índice de metástases quando comparado com outros tumores.

A apresentação é normalmente assintomática e o diagnóstico é feito através do exame com psa ou toque retal. Quando se apresenta com sintomas normalmente se trata de tumor localmente avançado com baixa perspectiva de cura.

O tratamento do câncer de próstata localizado é individualizado, baseando-se principalmente na avaliação de risco. Pacientes com  muito baixo risco podem ser observados com segurança, já pacientes com risco intermediário ou alto devem ser abordados com combinações de radioterapia e cirurgia. Nos casos metastáticos ablação hormonal e quimioterapia estão indicados.

POR QUE PROCURAR UM URO-ONCOLOGISTA?

Preservação de feixe vasculo nervoso durante prostatectomia laparoscópica está associada a preservação da potência sexual.

RASTREAMENTO COM PSA

O rastreamento com psa e toque retal tem sido alvo de muita discussão no ambiente acadêmico internacional, no entanto continua a ser o único método de diagnóstico precoce disponível para o câncer de próstata. Desta forma, abrir mão do rastreio é considerado um retrocesso imensurável no tratamento desta doença, uma vez que pacientes sintomáticos não mais têm chance de serem curados.

O importante é avaliar cuidadosamente a necessidade de biópsia e de tratamento, reservando opções mais agressivas para tumores que realmente necessitam de intervenção.

ADEQUAÇÃO DO TRATAMENTO

Existem diversas formas de se tratar o câncer de próstata e a individualização do tratamento é o segredo para reduzir os efeitos colaterais e maximizar os índices de cura da doença. O profissional especializado em câncer genito-urinário está mais afeito as diferentes modalidades de tratamento e portanto pode adequar melhor cada tipo de tumor ao tratamento específico.

PRESERVAÇÃO SEXUAL E DA CONTINÊNCIA

A especialização também oferece melhor treinamento em técnicas de preservação de função sexual e continência urinária. Recentemente incorporada ao arsenal terapêutico no Brasil, a cirurgia robótica incorpora melhorias importantes nos resultados pós-operatórios imediatos da cirurgia prostática. O treinamento específico é fundamental para bons resultados.

TAXAS DE CURA

Diversos estudos têm demonstrado que a realização de ressecção extendida do tecido linfático ao redor da glândula prostática oferece um benefício nas taxas de cura a longo prazo. Dessa maneira o treinamento em técnicas de “linfadenectomia extendida” podem fazer a diferença nos tumores mais avançados.

CÂNCER DE RIM

Apesar de elevadas taxas de cura quando diagnosticado em estágio inicial o câncer renal continua sendo o câncer genito-urinário mais letal e suas taxas de mortalidade continuam a crescer independente dos avanços no tratamento.

Basicamente existem duas formas de apresentação para esta doença. A forma mais comum hoje é apresentação incidental, ou seja, quando o tumor é identificado em um exame de imagem solicitado para investigar outras patologias. Neste caso os tumores tendem a ser pequenos e apresentar excelente taxa de cura com tratamento cirúrgico. A segunda forma de apresentação é através de sintomas como emagrecimento, desconforto abdominal, sensação de “massa” no abdome, entre outros. Nesses casos o tumor tende a ser mais agressivo. Felizmente, ao contrário de tumores como o câncer prostático onde a doença avançada é incurável, no câncer renal mesmo em pacientes que se apresentem com tumores invadindo vasos e outros órgãos ainda há chance de cura.

Assim como nos demais tumores genito-urinários, existem diversas formas de tratamento para o câncer renal, incluindo apenas acompanhamento clínico. A forma mais utilizada nos tumores iniciais é a nefrectomia parcial, que consiste da ressecção do tumor preservando o rim não acometido, e pode ser realizada nas modalidades aberta, laparoscópica e robótica. Nos casos mais avançados a nefrectomia radical (retirada do rim por inteiro está indicada). Outras terapias como a crioablação tem indicação específica e devem ser utilizadas após ampla discussão dos prós e contras com médico especializado.

POR QUE PROCURAR UM URO-ONCOLOGISTA?

Nefrectomia Parcial Robótica é uma alternativa menos invasiva para preservação renal.

TUMORES INICIAIS – PRESERVAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL

Tumores iniciais ou pequenos nem sempre se caracterizam por abordagem cirúrgica fácil. A localização do tumor nestes casos pode inclusive impossibilitar a realização da preservação do rim, por exemplo quando este apresenta íntima relação com vasos renais. Nestes casos o treinamento cirúrgico em cirurgia oncológica pode fazer a diferença.

TUMORES AVANÇADOS – RESSECÇÃO DE LINFONODOS E TROMBOS VENOSOS

Seguindo o mesmo raciocínio, tumores avançados podem significar um desafio para o cirurgião oncológico. A linfadenectomia nestes casos consiste de cirurgia extremamente especializada, visto que a dissecção ocorre próximo aos maiores vasos sanguíneos do corpo (aorta e cava). Quando há invasão ou trombo tumoral na veia cava pode ainda ser necessário auxílio de cirurgião cardíaco e circulação extracorpórea.

CÂNCER DE BEXIGA

O câncer de bexiga é um dos principais cânceres relacionados ao tabagismo. Este tipo de tumor se caracteriza por sua heterogenicidade em relação ao prognóstico. Tumores de baixo grau, normalmente se caracterizam por baixa progressão para doença metastática e normalmente podem ser tratados com ressecções transuretrais endoscópicas repetidamente com risco aceitável. Tumores de alto grau, por sua vez, estão associados a elevado risco de metástases e devem ser tratados de forma mais agressiva com imunoterapia e retirada completa da bexiga em casos mais avançados.

A apresentação mais comum se caracteriza pela  presença de sangue na urina. Além disso outros sintomas urinários como frequência urinária e dor relacionada a micção podem estar relacionados.

Como mencionado anteriormente o tratamento passa pela ressecção endoscópica para tumores de baixo grau e alto grau restritos a bexiga, chegando a retirada da bexiga com confecção de “neobexiga” em casos mais avançados.

POR QUE PROCURAR UM URO-ONCOLOGISTA?

Neobexiga ileal em espiral é uma modalidade rápida e segura de reconstrução do trato urinário.

TUMORES INICIAIS – PRESERVAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL

Tumores iniciais ou pequenos nem sempre se caracterizam por abordagem cirúrgica fácil. A localização do tumor nestes casos pode inclusive impossibilitar a realização da preservação do rim, por exemplo quando este apresenta íntima relação com vasos renais. Nestes casos o treinamento cirúrgico em cirurgia oncológica pode fazer a diferença.

TUMORES AVANÇADOS – RESSECÇÃO DE LINFONODOS E TROMBOS VENOSOS

Seguindo o mesmo raciocínio, tumores avançados podem significar um desafio para o cirurgião oncológico. A linfadenectomia nestes casos consiste de cirurgia extremamente especializada, visto que a dissecção ocorre próximo aos maiores vasos sanguíneos do corpo (aorta e cava). Quando há invasão ou trombo tumoral na veia cava pode ainda ser necessário auxílio de cirurgião cardíaco e circulação extracorpórea.

CÂNCER DE TESTÍCULO

É o câncer mais comum no homem entre 20 e 40 anos. Apesar de raro assume importância especial dada a faixa etária em que ocorre, em meio a fase mais produtiva na vida do homem. Hoje, avanços no tratamento elevaram as taxas de cura a níveis superiores a 90% mesmo na presença de metástases.

Sintomas estão relacionados a persepção de nódulos testiculares ou referentes ao envolvimento de linfonodos retroperitoneais, com dor abdominal ou na região lombar.

O câncer de testículo é um dos mais complexos em relação ao tratamento. Diversos fatores como o tipo de tumor,  a presença de marcadores tumorais e metástases influenciam o tratamento. O manejo inicial constitui-se da retirada do testículo por via inguinal. Para casos restritos ao testículo, ou estadio I, o acompanhamento com tomografia computadorizada, radiografia de tórax e exames laboratoriais está indicado. Outras opções consistem de radioterapia, quimioterapia ou cirurgia retroperitoneal, cada uma das quais oferecendo benefícios específicos e efeitos colaterais que devem ser avaliados.

No caso de doença avançada, novamente, múltiplas combinações de cirurgia retroperitoneal, quimioterapia e radioterapia podem ser utilizadas e devem ser discutidas com médico especializado.

POR QUE PROCURAR UM URO-ONCOLOGISTA?

Linfadenectomia Retroperitoneal com preservação nervosa.

COMPLEXIDADE DA CIRURGIA

A linfadenectomia retroperitoneal esta indicada para tumores nåo-seminomatosos no estadio I e IIa como forma de reduzir exposição a quimioterapicos,e para com massas residuais pós-quimioterapia. Esta é uma das cirurgias mais desafiadoras da oncologia urológica e requer treinamento específico para atingir resultados adequados.

PRESERVAÇÃO DE FUNÇÃO EJACULATÓRIA

Durante a ressecção de linfonodos retroperitoneais, lesão do plexo nervoso simpático pode determinar déficit ejaculatório. Apesar da potência ser sempre preservada, o déficit ejaculatório pode levar a dificuladades reprodutivas. Nesse contexto técnicas de preservação nervosa podem preservar a ejaculação em até 99% dos casos. Novamente, o treinamento destas técnicas é muito restrito uma vez que mesmo nos EUA poucos centros realizam número suficiente de procedimentos para oferecer experiência adequada.